sábado, 21 de agosto de 2010

Colors

Os olhos se abriam. Eram de um cinza profundo, quase azuis, grandes como bolas de gude. Uma fina linha negra acima dos cílios longos, pintados de prateado. O vento soprou os cabelos cor-de-bronze em seu rosto. A mão nacarada tirou a mecha avermelhada que havia caído em seus lábios escarlate. Estava deitada na relva verde vivo, circundada por ameixas amarelas. O bosque, mediado por um largo corredor de tulipas, florescia no ápice da primavera. O esmalte rosa chiclete brilhava sob o sol de meio-dia.
As íris dilatadas faziam com que suas pupilas parecessem mínimas. Os olhos vidrados fitavam o céu anil. As vestes brancas refletiam o sol. Mas algo estava errado. Dentro da garota, o pensamento escurecia. Ideias eclipsavam umas às outras. Sua aura sombria lhe fazia ver o lugar nublado que o mundo era. Fome, crueldade, guerra. De que adiantava estar viva, enquanto tantos morriam por mãos humanamente normais. Tão duras e frias. De que adiantavam tantas cores se o mundo se banhava, diariamente, em sangue carmim e escuridão?


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Oh, well. Nenhuma vontade de escrever, só fiz esse mini-texto tosco por estar há dois dias sem postar. Leiam e critiquem, se quiserem. Ou não leiam, se isso vos fizer felizes. Adeus.

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