Os olhos se abriam. Eram de um cinza profundo, quase azuis, grandes como bolas de gude. Uma fina linha negra acima dos cílios longos, pintados de prateado. O vento soprou os cabelos cor-de-bronze em seu rosto. A mão nacarada tirou a mecha avermelhada que havia caído em seus lábios escarlate. Estava deitada na relva verde vivo, circundada por ameixas amarelas. O bosque, mediado por um largo corredor de tulipas, florescia no ápice da primavera. O esmalte rosa chiclete brilhava sob o sol de meio-dia.
As íris dilatadas faziam com que suas pupilas parecessem mínimas. Os olhos vidrados fitavam o céu anil. As vestes brancas refletiam o sol. Mas algo estava errado. Dentro da garota, o pensamento escurecia. Ideias eclipsavam umas às outras. Sua aura sombria lhe fazia ver o lugar nublado que o mundo era. Fome, crueldade, guerra. De que adiantava estar viva, enquanto tantos morriam por mãos humanamente normais. Tão duras e frias. De que adiantavam tantas cores se o mundo se banhava, diariamente, em sangue carmim e escuridão?
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Oh, well. Nenhuma vontade de escrever, só fiz esse mini-texto tosco por estar há dois dias sem postar. Leiam e critiquem, se quiserem. Ou não leiam, se isso vos fizer felizes. Adeus.
Unhas rosa chiclete, êê!
ResponderExcluirTexto super gatoso, adorei.
adoro seus textos cristina, poste maaaaais <3
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